VIVE AS LETRAS!

_{Magazine da Faculdade de Letras}
_{da Universidade de Coimbra}

N.º5, 2.ª série, janeiro de 2023

©GCI, 2023

SUMÁRIO

N.º5, 2.ª série, janeiro de 2023

Editorial
Albano Figueiredo

Conversas na Biblioteca
Rita Marnoto

Gente das Letras
Carlos Duarte

Vidas de Estudante
Cátia Pedrosa e Inês Marques

Hoje Investigo Eu
Sandra Saldanha

Mundivisões
Liz Sharma e Veronika Sampaio

As Marcas das Letras
Vítor Pereira

Photomaton
A FLUC em imagens

EDITORIAL

Albano Figueiredo

1. A FLUC inicia o ano de 2023 com um desafio central: a reforma da sua oferta formativa de 2.º e 3.º ciclos. Com efeito, é este o tempo para toda a comunidade FLUC se envolver no debate das propostas contidas no Relatório que oportunamente foi preparado sobre o assunto (e que o Conselho Científico deverá transformar, em breve, em documento orientador) e, depois, na efetiva construção de uma oferta renovada, assim atraindo ainda mais estudantes de mestrado e doutoramento. O cumprimento deste objetivo é fulcral para o cabal desenvolvimento da sua missão na próxima década. Por isso, todos/as são chamados/as a participar ativamente neste processo. Este é o momento, esta é a oportunidade.

2. Entretanto, está já em preparação a segunda edição do DIA ABERTO, com que assinalaremos, em 19 de abril, os 112 anos da Faculdade. A Direção, os Departamentos, as Secções, os Cursos, os Centros de Investigação e o NEFLUC desenvolverão atividades várias que, ao longo do dia, projetarão o trabalho da FLUC no espaço global da UC e, sobretudo, na cidade e na região. Ao fazê-lo, estaremos a projetar as Artes, as Humanidades e as Ciências Sociais, áreas predominantes em que trabalhamos no seio da Universidade de Coimbra.

3. No que concerne a recursos humanos, está já concluído o processo relativo aos concursos de promoção interna para onze vagas de professor/a associado/a e em fase de lançamento o procedimento de abertura de concursos internacionais para o recrutamento de um primeiro conjunto de seis professores/as auxiliares. Continuaremos a renovar os recursos humanos docentes em 2023, com mais vagas internas para professor/a associado/a e vagas novas para professor/a auxiliar, esperando-se também que este seja igualmente o ano para a abertura de vagas para professor/a catedrático/a. Igual caminho continuaremos a prosseguir quanto aos recursos humanos não docentes, sendo já real a renovação, a este nível, nos diferentes serviços da Faculdade, que este ano será consolidada.

4. Ao nível das instalações e dos equipamentos, prossegue a bom ritmo a obra de requalificação da caixilharia do Palácio Sub-Ripas (Secção de Arqueologia) e continuamos a investir, com a aquisição e a alocação de novos equipamentos, no espaço da Secção de Estudos Artísticos (Colégio S. Jerónimo). Por outro lado, nos próximos dias inicia-se a concretização do projeto de instalação de novos écrans de alta definição na generalidade das salas de aulas da Faculdade, ampliando possibilidades e potencialidades no que ao domínio pedagógico diz respeito.

5. Entre as muitas iniciativas previstas para o primeiro semestre civil de 2023, destaco ainda nesta ocasião duas pela sua importância estratégica: a realização das primeiras jornadas sobre “Inclusão”, que terão lugar no final de março, numa organização conjunta da Direção e do Conselho Pedagógico, e a abertura, no piso 2 do edifício central da FLUC, da nova concessão dos serviços de reprografia (fotocópias e outros serviços de impressão).

6. E porque a FLUC é sempre movimento, convido-o/a a ler o n.º 5 desta 2.ª série do Magazine Vive as Letras!, publicação trimestral que, como sempre, pretende dar a conhecer pessoas, projetos e espaços da nossa Escola.
Um excelente ano de 2023 para todos/as!

CONVERSAS NA BIBLIOTECA

Rita Marnoto

A importância do espírito crítico

Professora catedrática da Faculdade de Letras e investigadora integrada do Centro de Literatura Portuguesa, Rita Marnoto, que em 2022 foi designada pelo Conselho de Ministros Comissária para as Comemorações dos 500 anos de Camões, discorre sobre o papel da Universidade num contexto marcado pela globalização. A cultura italiana, uma das suas importantes frentes de trabalho, serve de pretexto para mais uma "Conversas na Biblioteca", ao longo da qual as questões do tempo, as lógicas mediáticas e a necessidade de não haver cedências numa formação universitária, ao mesmo tempo crítica e construtora de espíritos atentos, constituem ideias fortes nas palavras que vai desfiando.

"Este livro de Marco Polo desfaz muitos mitos em que o Ocidente acreditava. É um livro que abre outros mundos."

João Figueira e Rita Marnoto em "Conversas na Biblioteca", na Sala do Instituto de Estudos Italianos.

GENTE DAS LETRAS

Carlos Duarte: "O São Jerónimo é a minha casa"

Passados 11 anos a trabalhar num estabelecimento de ensino privado, Carlos Duarte – amistosamente conhecido e tratado como o Sr. Carlos – começou o seu percurso na FLUC em março de 1992, na secção de textos da Faculdade de Letras. A paixão pelas máquinas fotográficas e equipamentos abriu caminho à mudança do seu local de trabalho para o Colégio São Jerónimo, após a abertura do Curso de Jornalismo, nos primeiros anos da década de 1990.

A primeira turma de que se lembra tinha alunos vindos de outras licenciaturas, já “crescidos e prontos para a formatura”. Contudo, Carlos Duarte guarda na memória vários estudantes que agora participam em projetos na televisão, em jornais e na rádio, assim como estudantes que se tornaram Professores na Faculdade.

Ao longo do tempo aconteceram mudanças, quer de Professores, quer de metodologias, mas também das tecnologias. Carlos reconhece ter algumas dificuldades na língua inglesa, mas aos poucos consegue entender a finalidade de cada botão nos equipamentos de televisão: “os de rádio não são tão difíceis... agora os de televisão é que já não são em VHS como antigamente”.

Ainda assim, considera estar à vontade com as câmaras, recordando os tempos em que era o operador de câmara nas simulações de diretos que um Professor fazia frequentemente com os seus estudantes. Mesmo já faltando pouco para a reforma, não gosta de pensar como se sentirá depois de deixar a FLUC, pois para já pode usufruir do tempo que lhe resta na Faculdade, onde fez e mantém muitos amigos. Fora da rotina diária, Carlos refugia-se na sua horta — com árvores de fruto e jardins — e, ao fim de semana, tira alguns momentos para ajudar o pai: “já tem uma idade avançada, mas com 88 anos ele é que andou com o auto-cultivador (penso que a designação correta é motocultivador) enquanto eu andei a pôr as batatinhas no sítio”.

No entanto, quando confrontado com a realidade de se aposentar, Carlos Duarte afirma ter vontade de visitar a FLUC no futuro e, em especial, o atual diretor, doutor Albano Figueiredo, uma das pessoas, sublinha, que “mais prezo dentro da comunidade”. Depois de dedicar trinta anos à casa das Humanidades, Artes e Ciências Sociais, o Sr. Carlos exterioriza um pensamento reconfortante: “Sinto-me muito em casa no Colégio de São Jerónimo — é a minha casa”.

VIDAS DE ESTUDANTE

Pela primeira vez, a Faculdade de Letras tem as candidaturas a estágios extracurriculares abertas em permanência.

As mais de 400 parcerias institucionais, aliadas à possibilidade de ganhar novos conhecimentos e de preparar a entrada no mercado de trabalho motivaram Cátia Pedrosa e Inês Marques, ambas estudantes de Mestrado, a realizarem um estágio de curta duração.

O estágio extracurricular proporciona um período de experiência em ambiente de trabalho de curta duração (até 3 meses). Qualquer estudante inscrito em cursos de 1.º ou 2.º ciclos da Faculdade pode inscrever-se.

A FLUC tem protocolos com centenas de organizações, públicas e privadas, que aceitam estágios extracurriculares em diversos domínios do saber. As candidaturas estão abertas todo o ano e são feitas online em https://www.uc.pt/fluc/gesp/estagios-extracurriculares/

Informações: Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais. FLUC, piso 4. Tel. +351 239 410 056 e e-mail gesp@fl.uc.pt

Os estágios extracurriculares de Cátia Pedrosa e Inês Marques

Cátia Pedrosa

Quando se candidatou a um estágio extracurricular, Cátia Pedrosa, estudante do Mestrado em Ciência da Informação, queria “ganhar confiança” nos seus conhecimentos e ter “contacto direito com a área” que sempre estudou. Apesar de não ter recorrido a nenhum docente para a orientar no processo de candidatura, esclarece que a professora responsável pela coordenação dos estágios na sua área de estudos “frequentemente chamava a atenção para a importância” de os realizar. Cátia conta-nos que, por sugestão de uma docente, decidiu rumar à Academia das Ciências de Lisboa, instituição que lhe despertou “curiosidade”. A estudante, que começou o seu estágio em novembro, sente que as “expectativas foram completamente superadas”. Não só a equipa em que foi inserida é “extremamente acolhedora”, como também está a “gostar imenso” do trabalho que está a realizar.

Inês Marques

Estudante de Ciência da Informação, Inês Marques não tem dúvidas de que o mercado de trabalho valoriza os recém-diplomados que tenham experiência profissional na área. E como ter experiência profissional quando se está a frequentar uma Licenciatura? A melhor resposta — em rigor, a melhor atitude — é realizar um estágio de curta duração, que permite manter um equilíbrio entre a componente letiva de um curso e as jornadas de trabalho na organização de acolhimento. A pensar nisso e já na reta final do seu percurso académico, Inês decidiu-se por uma experiência extracurricular na empresa de comunicação estratégica Símbolo de Memória. A estudante da FLUC refere que a escolha não foi aleatória, uma vez que lhe permitiu “fugir às saídas profissionais mais habituais no curso de Ciência da Informação: arquivos e bibliotecas.” O acompanhamento tem sido constante, tanto da parte dos docentes do curso, como da parte da entidade de acolhimento. A sua experiência é de tal forma positiva, que não hesita em aconselhar a comunidade estudantil a candidatar-se a um estágio extracurricular.

HOJE INVESTIGO EU

Sandra Saldanha

A consciência de um conhecimento lacunar em torno do património da Universidade de Coimbra constitui uma das motivações centrais para o desenvolvimento de alguns projetos em que me encontro atualmente envolvida. A desatualização dos estudos, a escassez de contributos historiográficos e, frequentemente, a ausência de investigação em diversas áreas reforçam a necessidade de novos investimentos científicos.
Profundamente identitário e de reconhecida singularidade, a visão integrada deste património, conferindo-lhe escala e fomentando as naturais ligações que convoca, configura o ponto de partida para a abordagem interdisciplinar do projeto "Imaginária: proteção participativa do património escultórico do Paço das Escolas da Universidade de Coimbra".

Focado no estudo interdisciplinar deste conjunto escultórico, distribuído por algumas das mais relevantes estruturas edificadas do Paço das Escolas (Porta Férrea, Gerais, Escadaria de Minerva, Via Latina e Capela de São Miguel), tem por objetivo produzir novo conhecimento sobre este património, implementar práticas sustentáveis de conservação, ensaiar estratégias de vinculação das comunidades aos processos de salvaguarda, testar novos modelos de interação com diferentes públicos e fomentar o papel das artes como instrumentos de fruição e mediação patrimonial. Ancorado numa vasta recolha de fontes primárias, capitaliza recursos de oito unidades I&D e promove a articulação de quatro áreas científicas, habitualmente afastadas, mas absolutamente complementares (Artes e Humanidades, Ciências Exatas, Naturais e Sociais), garantindo a eficácia do diálogo entre História da Arte, Ciências, Conservação, Literatura e Performance.

Projeto exploratório, assente numa metodologia passível de alargamento a outros domínios temáticos e cronológicos, aqui se ancora um segundo projeto mais recente, centrado na inventariação do património da Universidade de Coimbra. Profundamente comprometido com a responsabilidade que decorre da inscrição na lista do Património Mundial da UNESCO, tem por objetivo a elaboração de um inventário científico, sistemático e exaustivo do vasto património da Universidade, contribuindo, assim, para a requalificação de uma ferramenta indispensável de gestão, proteção e conservação sustentada.

Incidindo, numa primeira fase, na inventariação dos bens móveis do Paço das Escolas, a implementação deste projeto em contexto académico assume um enorme capital pedagógico, ao envolver jovens investigadores de Mestrado e Doutoramento em História da Arte, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Aplicando o conhecimento na prática, promove o trabalho em equipa, o desenvolvimento de competências especializadas e a autonomização científica dos estudantes, antecipando-se um importante retorno a partir dos vários trabalhos académicos em curso.

Contemplando, simultaneamente, uma forte componente formativa, orientada para o sistema de gestão de inventário adotado, estimula ainda o desenvolvimento de competências nas áreas da catalogação, normalização, planeamento, conservação e acesso ao património, consentâneas com os atuais padrões de atuação.

A monitorização de riscos, a consolidação de práticas adequadas de manutenção, a capacitação dos diversos intervenientes, a produção de conhecimento, privilegiando uma visão integrada e interpretativa deste património, e, finalmente, a acessibilidade, promovendo a sua divulgação junto da comunidade científica e da sociedade em geral, constituem alguns dos principais objetivos deste projeto, que se pretende de continuidade.

Convocando a memória, o valor e a materialidade de um legado identitário, de grande impacto e bem documentado, mas ainda insuficientemente estudado e divulgado, estes projetos desenvolvem-se, em síntese, a partir da consciência de que a salvaguarda do património decorre, tanto da sua conservação material, quanto do seu reconhecimento e fruição.

Sandra Costa Saldanha é Professora Auxiliar da Secção de História da Arte da Faculdade de Letras e Investigadora integrada do Centro de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra.

MUNDIVISÕES

Ano após ano, a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra acolhe alunos e alunas de todo o mundo que pretendem aprender ou aprofundar o seu conhecimento na língua portuguesa. Celebramos a 99.ª edição do Curso Anual de Língua e Cultura Portuguesas para Estrangeiros em julho de 2023, estando a um passo de se tornar um curso centenário.

A FLUC foi em busca de alumni que completaram este curso, para os ouvir sobre a importância que a língua portuguesa apresenta nas suas vidas, quer a nível pessoal, quer a nível profissional. Deram-nos o seu parecer duas criadoras de conteúdos, Liz, inglesa de 34 anos, natural de Londres que tem o canal de YouTube @talkthestreets onde ensina português, e Veronika, eslovaca de 35 anos, natural de Plaveč, autora do perfil de Instagram @healthyvibesbyvero, onde produz conteúdos sobre alimentação saudável e equilibrada.

Como a língua portuguesa mudou as vidas de antigas estudantes estrangeiras da FLUC

Liz Sharma vive em Lisboa. Ela descreve-se como "online educator helping expats get confident & conversational in European Portuguese!". A primeira vez que Liz Sharma viveu em Portugal foi em Coimbra, para fazer o seu intercâmbio, em 2007/2008.

Inicialmente, sentiu um choque cultural, mas conseguiu absorver momentos de aprendizagem, através das novas amizades que foi formando: “o staff sempre me apoiou muito e aprendi imenso, não só sobre língua portuguesa, mas também sobre a cultura do país. É uma ótima instituição”. Reflete ainda que não poderia ter a vida que tem hoje se não tivesse aprendido português. “O meu dia-a-dia — refere — é passado a ensinar português ou a viver a minha rotina em Portugal, utilizando a língua portuguesa em todas as circunstâncias”. Aprender português abriu-lhe várias portas, tanto a nível pessoal como profissional, e o conhecimento da língua transformou a sua vida de tal forma, que começou a dar aulas de português a estrangeiros.

Veronika Sampaio vive em Lisboa desde que acabou o curso de português para estrangeiros na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em 2011/2012. “Foi o destino escolhido por mim e o meu namorado, atual marido, que também veio junto comigo para Portugal na altura”, recorda. Veronika gosta muito de Portugal, considera que é um país bonito e rico a nível cultural, tendo por isso escolhido construir família cá.

A adaptação de Veronika à cultura e à cidade foi “muito fácil graças ao acolhimento e simpatia dos muitos portugueses” que conheceu ao longo destes anos. O curso de português foi o primeiro e essencial passo para se integrar na sociedade e se sentir mais à vontade nas tarefas do quotidiano.

Os estudos na FLUC tiveram igual valor na construção da sua carreira e experiência profissional, uma vez que, como diz, “foi fundamental na construção do meu percurso profissional”.

AS MARCAS DAS LETRAS

Vítor Pereira

A FLUC e a origem do festival de Paredes de Coura

O festival de música de Paredes de Coura começou, em boa parte, a ser sonhado na Universidade de Coimbra — cidade de “múltiplas descobertas e deslumbramentos”. É assim que Vítor Pereira, hoje Presidente da Câmara daquela vila minhota, retém a importância da sua passagem e aprendizagens ao longo de cinco anos (1988-93) pela Faculdade de Letras, onde se licenciou em História.

“Vinha da periferia, de um mundo rural, ao ponto de não ter conseguido dormir as primeiras noites com o barulho da cidade”, recorda o atual líder da maioria absoluta socialista na autarquia de Paredes de Coura, sublinhando que o “primeiro mês de adaptação a Coimbra e à Universidade não foram nada fáceis”. Depois, bem, depois foi todo um novo “mundo mágico de descobertas, onde aprendi muito e em que tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas que me abriram horizontes que foram determinantes para todo o meu percurso de vida”, acrescenta.

Todos estes motivos, relembrados de forma muito sintética, contribuíram para que hoje, quase 30 anos depois de ter saído da FLUC, tenha dela a ideia de “um encantamento e local de descobertas”. Desengane-se, porém, quem possa ver nas palavras desta viagem no tempo apenas sinais de nostalgia e saudade. Sobressaem nos retalhos de vida aqui contados outros fragmentos e farrapos de memória de um homem que, aos 53 anos, olha para a sua vida de estudante universitário e sente que o seu percurso em História “foi a escolha certa”.

Faz questão, de resto, de dizer que “é um erro enorme as pessoas não valorizarem as Humanidades e as Artes”, sustentando, por experiência própria, que ambas “são fundamentais para o bom desempenho de cargos políticos”. E para quem fique com dúvidas, ele explica: “as Humanidades são um motor para a transformação e levam-nos ao sonho, o que é crucial para a tomada de boas decisões políticas ou em outros setores de atividade”.

Insiste ao longo da conversa em falar da importância que “o currículo invisível” teve também na sua formação como estudante e como cidadão, referindo-se aos espetáculos no Teatro Académico Gil Vicente a que ia com frequência, às noites de discussões acaloradas nas Repúblicas, sem esquecer as conferências e colóquios que a FLUC proporcionava e “muito nos enriqueciam”.

Pelo meio, com outros colegas, que hoje integram também a associação que promove o festival de Paredes de Coura, organizava os famosos — à época — concertos na cave das Químicas. Era um tempo de múltiplas descobertas e celebrações, em que “dizíamos que éramos estudantes em Coimbra e as pessoas ouviam isso com grande solenidade..., não sei se ainda é assim”, acrescenta.

Quase a terminar, Vítor Pereira quis deixar ainda o registo de alguns professores cujas aulas — “memoráveis”, na sua expressão — o preenchiam e muito positivamente o marcaram. “Impossível não lembrar os professores Fernando Catroga, Amadeu Carvalho Homem ou Helena Cruz Coelho”, afirma com incontido entusiasmo, acrescentando à lista o nome de uma cadeira de opção, História da Música, dada pelo professor Francisco Faria, em cujas aulas ouvíamos trechos fantásticos, às vezes acompanhados de vinho do Porto”.

PHOTOMATON

• Homenagem a Fátima Sousa e Silva: apresentação do livro Miscelânea de Estudos em honra de Maria de Fátima Silva
• Homenagem a Cristina Robalo Cordeiro: apresentação do livro Une valse à mille temps
• Homenagem a Aristides de Amorim Girão
• Lançamento do livro [A1+] em Português: Manual de Português Língua não Materna
• Sessão de esclarecimento sobre necessidades educativas especiais (organização do NEFLUC)
• Apresentação pública do livro Misericórdia de Lídia Jorge (organização do NEFLUC)
• Conferência “A força da palavra. No princípio era o verbo? No princípio era a energia!” por João Maria André
• 13.ª Edição do Encontro de Italianística
• Conferência “O Biógrafo é um Fingidor?” por Richard Zenith
• Colóquio Internacional Roads to Care
• Conferência “A dimensão territorial das políticas europeias” por Gonçalo Santinha
• Encontro Nacional da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista
• Valete Viatores (apresentação de documentário)
• Conferência "Penned by Encounter: Central Africans, Capuchin Friars, and their images in Early Modern Kongo and Angola”
• Jornada Internacional de Estudos Jacobeus
• 8.º Colóquio Luso-Brasileiro de História e Culturas da Alimentação
• Dia da Licenciatura em Estudos Clássicos
• Final de semestre do Curso Anual de Língua e Cultura Portuguesas para Estrangeiros
• Espetáculo António Tabucchi, um retrato
• Exposição IluEstrada