VIVE AS LETRAS!

_{Magazine da Faculdade de Letras}
_{da Universidade de Coimbra}

N.º 9, 2.ª série, janeiro de 2024

©GCI, 2024

SUMÁRIO

N.º 9, 2.ª série, janeiro de 2024

Editorial
Albano Figueiredo

Conversas na Biblioteca
Ana Paula Santana

Gente das Letras
Anabela Duarte

Vidas de Estudante
João Bernardo Freitas e Maria da Luz Pinto

Hoje Investigo Eu
Adriana Bebiano

Mundivisões
“Os Portugueses no Golfo”: da FLUC a Sharjah

As Marcas das Letras
Tiago Estêvão Martins

Photomaton
A FLUC em imagens

EDITORIAL

Albano Figueiredo

1. A FLUC inicia o ano de 2024 com um desígnio absolutamente central: a aprovação do documento orientador para a reforma da oferta formativa de 2.º e 3.º ciclos e, em consequência, a efetiva construção de uma oferta renovada de mestrados e doutoramentos. Todos/as serão chamados/as a participar ativamente, nos próximos meses, neste processo. Como antes escrevi, este é o momento, esta é a oportunidade.

2. Por outro lado, neste novo ano o Conselho Pedagógico iniciará os trabalhos conducentes (i) à atualização da documentação estratégica sobre dinâmicas pedagógicas e (ii) à elaboração de uma proposta de revisão do regulamento de avaliação de conhecimentos. De facto, torna-se relevante fazer acompanhar o balanço sobre os resultados de quase uma década da reforma da oferta formativa de 1.º ciclo e a antevisão da realidade da nova oferta formativa de 2.º e 3.º ciclos com novas propostas de inovação pedagógica e avaliação de conhecimentos, a implementar, de modo transversal ou particular, nos próximos anos na FLUC.

3. Entretanto, está já em preparação a terceira edição do DIA ABERTO, com que assinalaremos, em 19 de abril, os 113 anos da Faculdade. A Direção, os Departamentos, as Secções, os Cursos, os Centros de Investigação, o Centro de Línguas e o NEFLUC desenvolverão atividades várias que, ao longo do dia, projetarão o trabalho da FLUC no espaço global da UC e, sobretudo, na cidade e na região. Ao fazê-lo – relembro – estaremos a projetar as Artes, as Humanidades e as Ciências Sociais, áreas predominantes em que trabalhamos no seio da Universidade de Coimbra.
Abril de 2024 será também o mês em que se cumprem os 50 anos da data fundante da Democracia em Portugal, que, naturalmente, a FLUC comemorará com diferentes iniciativas que já foram planeadas e em breve serão divulgadas.

4. No que concerne a recursos humanos, é com gosto que dou a conhecer a toda comunidade FLUC que está já concluído o processo de integração, por regime de mobilidade, de toda a equipa de serviços de limpeza e portaria que nos últimos anos vinha colaborando connosco a partir de contratação aos SASUC. Esta nova etapa reconhece a inequívoca mais-valia profissional das 13 pessoas em questão e reforça operacionalmente estas áreas, preparando também vários aspetos da renovação de outras, como a de manutenção.
Continuaremos igualmente a trabalhar em 2024 no rejuvenescimento do corpo docente de professores/as auxiliares de carreira, no lançamento de novos concursos para as categorias de professor/a catedrático/a e professor/a associado/a, no aproveitamento das oportunidades para a eventual constituição de um corpo de investigadores/as e no robustecimento e na valorização profissional dos recursos humanos não docentes.

5. Manteremos em 2024 a mesma atenção de sempre ao trabalho e ao percurso de todos/as os/as nossos/as estudantes e continuaremos a incrementar o apoio financeiro e logístico às suas iniciativas científico-académicas e culturais.

6. E porque a FLUC é sempre movimento, convido-o/a a ler o n.º 9 desta 2.ª série do Magazine Vive as Letras!, publicação trimestral que, como sempre, pretende dar a conhecer pessoas, projetos e espaços da nossa Escola.
Um excelente ano de 2024 para todos/as!

CONVERSAS NA BIBLIOTECA

Ana Paula Santana

“Somos resultado do espaço onde vivemos”

As “cidades felizes” fazem “pessoas felizes” ou estas são assim por causa do local que habitam?... A geógrafa Ana Paula Santana, professora catedrática que desde finais dos
anos de 1980 estuda e investiga estes fenómenos, parte da ideia de que “a cidade é o lugar da democracia”, para elaborar todo um pensamento que visa e propõe a
valorização do espaço urbano na perspetiva da fruição e qualidade de vida dos cidadãos, no contexto das respetivas comunidades urbanas.

Representante de Portugal em diversos projetos internacionais, a docente do Departamento de Geografia e Turismo da FLUC conta com mais de uma dezena de livros publicados, boa parte deles sobre planeamento urbano sustentável, designadamente sobre a associação entre os aspetos de contexto e de composição e a saúde e bem-estar da população.

Na biblioteca de Geografia, Turismo e Comunicação, no edifício do Colégio S. Jerónimo, onde esta “Conversa” foi gravada, Ana Paula Santana fala apaixonadamente destes temas que,
no fundo, constituem os cenários que habitamos e estão no centro das modernas políticas.

GENTE DAS LETRAS

Anabela Duarte

Vinda do meio livreiro, Anabela Duarte sente-se hoje muito à vontade a trabalhar como Técnica Superior nos Serviços de Biblioteca e Documentação da FLUC. Antiga aluna da nossa Licenciatura em Estudos Clássicos, trabalhou na Biblioteca Municipal de Ílhavo e na Coimbra Editora antes de retornar à Faculdade de Letras para o Mestrado e Doutoramento em Ciência da Informação.

“A minha história de reingresso nesta faculdade pode servir de inspiração a outras pessoas de meia idade que queiram voltar a estudar. Não acabei a Licenciatura quando era mais nova e esta casa aceitou-me de volta. Agradeço à professora Maria Manuel Borges por todo o incentivo”, regista.

Valoriza a área da ciência aberta e acredita que um maior acesso ao conhecimento torna as pessoas melhores cidadãs, com um espírito mais crítico. Para Anabela Duarte, “os livros transformam vidas” e o bibliotecário já não é aquela figura que “está ali sentado de óculos, sossegadinho e a emprestar livros. É um profissional interventivo no processo de conhecimento e divulgação”, sublinha.

Anabela Duarte explica ainda que o bibliotecário já tem uma função referencial no centro das universidades, nas equipas científicas, a nível de pesquisa e de recolha de dados.

Uma parte importante do seu dia a dia de trabalho é apoiar as pesquisas dos/as estudantes da FLUC: “Quando estou alocada na Biblioteca Central, ajudo-os a fazer pesquisa bibliográfica e a entender uma base de dados, aplicar filtros num determinado tema para que encontrem os documentos certos neste mundo de informação por todo o lado. Fazer pesquisa é muito diferente de ter destreza informática, acho que todas as licenciaturas deveriam ter uma aula expositiva de base de dados e pesquisas, ajudaria imenso”, diz Anabela.

A outra parte do seu trabalho consiste no tratamento técnico de uma publicação: a indexação e a catalogação. O livro tem um circuito, chega à biblioteca por compra ou oferta e, mal chega, recebe um número de registo para ficar situado no tempo, um carimbo da instituição e ainda um código de barras. Depois, Anabela Duarte faz a catalogação, ou seja, uma descrição física do livro com o seu número de páginas, ilustrações, etc. Segue-se o momento de verificação do cumprimento de todas as normas da Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada, e só então começa a indexação e a notação: atribuir a classificação decimal universal, que corresponde ao tema do livro e selecionar os assuntos para haver um ponto de acesso.

“É essencial indexar. Um livro que não esteja bem indexado está perdido. É um conhecimento que se esvai”, diz. Anabela Duarte aproveita para fazer um convite à comunidade FLUC: “frequentem mais as bibliotecas e solicitem mais vezes os nossos serviços (...), porque são os utilizadores que dão sentido ao nosso trabalho”.

VIDAS DE ESTUDANTE

O domínio da língua portuguesa é absolutamente essencial para a integração de imigrantes na sociedade. Para aqueles que estão em situação de refugiados, este desafio de aprendizagem torna-se ainda mais importante. É com esta preocupação que estudantes do Mestrado de Português como Língua Estrangeira e Língua Segunda realizam um estágio curricular especial neste curso, coordenado pelas docentes Cristina Martins e Isabel Santos.

João Bernardo Mendes Freitas licenciou-se em Português no ano letivo de 2021/2022. Nasceu em Tomar e vive em Coimbra há cerca de cinco anos. Foi o interesse em difundir a língua e cultura portuguesas que o levou a prosseguir os seus estudos: “Não estamos apenas a ensinar uma língua, mas também a sua cultura”, sintetiza. O mestrando frequenta um estágio curricular, no qual ensina língua e cultura portuguesas a refugiados que escolheram Coimbra para reestruturar as suas vidas.

“É uma experiência muito diferente e enriquecedora em níveis diferentes. Por um lado, apesar de sermos nós a ensinar, aprendemos bastante sobre a cultura dos formandos. Por outro lado, nós promovemos a língua e cultura portuguesas e, ao colocarmos estes refugiados numa situação imersiva, podemos integrá-los não só na nossa cultura, como também, no nosso país”, explica João Bernardo. O estudante reforça o papel da comunidade académica na integração de refugiados, seja através de programas educacionais, voluntariado ou “simples atos de empatia. Cada contribuição conta para a construção de sociedades mais inclusivas e solidárias”.

Este Mestrado tem como objetivo a formação avançada de profissionais que atuam na área do Português como Língua Estrangeira e Língua Segunda, quer no domínio da investigação quer no âmbito do ensino. O curso é, assim, um instrumento ao serviço dos candidatos nacionais e estrangeiros que pretendem ensinar Português como Língua Estrangeira ou Língua Segunda em Portugal ou em diferentes níveis de ensino nos sistemas educativos de países estrangeiros.

Também antiga aluna da Licenciatura de Português na Faculdade de Letras, em 2019, Maria da Luz Pinto realiza o seu estágio curricular do Mestrado em Português como Língua Estrangeira e Língua Segunda com o objetivo de fazer parte do processo de integração das pessoas estrangeiras em Portugal: “Tenho colaborado com a Cruz Vermelha que dá apoio no processo de aprendizagem de pessoas refugiadas, vindas da Ucrânia e do Afeganistão. Eu, e outros colegas de curso, disponibilizamos duas horas semanais para a realização de sessões de tutoria, que ocorrem a partir de um agendamento voluntário, e cujo objetivo principal é auxiliar tanto em conteúdos concretos da língua portuguesa, como também nas suas vidas diárias em Portugal. Desde que começaram as sessões, os participantes têm vindo a demonstrar uma evolução notória, na produção e interação orais”, explica.

Maria Pinto comenta ainda que, ao transmitir conhecimentos da língua portuguesa a falantes de outras línguas, sente-se mais presente nos processos de integração de estrangeiros em Portugal e que “sair da zona de conforto nos enriquece e nos leva a caminhos desafiantes, tanto na parte pessoal, como na parte profissional”.

HOJE INVESTIGO EU

Adriana Bebiano

Adriana Bebiano

Quando eu era pequenina, queria ser freira missionária. Tinha por modelo uma tia-avó, missionária em Moçambique, que trazia sempre histórias maravilhosas para contar nas suas visitas à ilha, a cada dois anos. Não se espera que uma criança, à época, tivesse consciência das dinâmicas coloniais.

De qualquer forma, eu queria ser missionária por duas razões: para ensinar, mas, principalmente, – confesso – para ter acesso a um mundo de aventuras para além do remanso da ilha onde tinha nascido. Estávamos na década de 1960, e é bom lembrar que, sob o regime do Estado Novo, era impensável uma mulher viajar sozinha. De resto, as freiras, muito contra as representações estereotipadas, usufruíam então de um grau de liberdade interdito a todas as outras mulheres. Mas isto é uma outra conversa, para um outro dia.

A vida acontece, muito mais do que se planeia. A mim, por vezes por escolha, mas também muitas vezes por acaso feliz, aconteceu nascer na Madeira, estudar Literatura em Coimbra, ter por companheiro um historiador, e ter por orientadora uma mulher notável, a quem estou ligada por um profundo afeto. Aconteceu ainda ser investigadora no Centro de Estudos Sociais, um espaço aberto à investigação interdisciplinar e socialmente relevante. É deste caldo de acasos e de escolhas que emergem as minhas duas áreas de estudo e docência: Estudos Irlandeses e Estudos Feministas.

Os Estudos Feministas enquadram todo o meu trabalho presente, uma opção científica e política que também resulta de uma história de vida. Na Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas e no Mestrado em Estudos Anglo-Americanos, ambos realizados na Faculdade de Letras da UC, tive a sorte de frequentar cadeiras e seminários que traziam uma “lente de género” ao estudo da Literatura. Tive a sorte de ser contratada para trabalhar no Grupo de Estudos Anglo-Americanos, um espaço recetivo a uma área de investigação que, na década de 1990, era ainda incipiente e mesmo a contracorrente em Portugal. Tive a sorte de começar a minha vida docente a ensinar William Shakespeare – uma das minhas paixões – numa altura em que floresciam as abordagens feministas ao autor. Acontece ainda que, por uma série de acasos, descobri a Literatura irlandesa – as “ilhas”, sempre no centro do meu imaginário – numa altura em que emergia o projeto de resgate das mulheres para o cânone literário irlandês (e ocidental).

Hoje, investigo e ensino literatura irlandesa de autoria feminina, usando uma perspetiva comparada e historicamente situada. Em 2008 criei, com Maria Irene Ramalho – a minha mestra-mãe –, um Mestrado em Estudos Feministas, mais tarde transformado em programa de Doutoramento – em colaboração com o Centro de Estudos Sociais –, o primeiro nesta área em Portugal, que hoje coordeno. A investigação em Estudos Feministas tem a ambição de ter impacto na sociedade: desde logo, pela ampliação da consciência de uma organização social ainda fortemente hierárquica, que subalterniza mulheres, pessoas intersexo, pessoas trans e outros grupos sociais; depois, pela criação de conhecimento relevante, que contribua para uma sociedade mais justa e igualitária. Se não for serviço público, para que serve a Universidade? Numa outra escala, em contexto académico importa a obtenção do pleno reconhecimento científico da área. Em Coimbra, como noutros lugares, tem sido um percurso com alguns escolhos, mas do qual, no final de 2023, faço um balanço bastante positivo. Quando estou para além do meio do caminho minha vida, posso dizer, com tranquilidade, que a afirmação dos Estudos Feministas enquanto área de investigação científica é o meu “projeto de vida” – um “projeto” que não foi planeado, mas que foi emergindo da série de acasos que escolhi para contar a narrativa do meu percurso académico. Projeto-que-não-é-projeto, sempre orientado pelo prazer de ler e de aprender, uma busca do humano na sua diversidade e complexidade.

Adriana Bebiano é Professora Associada com Agregação no Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras.

MUNDIVISÕES

“Os Portugueses no Golfo”: da FLUC a Sharjah

A Universidade de Coimbra, a Faculdade de Letras e o Centro de História da Sociedade e da Cultura (CHSC) estiveram presentes numa das mais importantes feiras do livro do mundo: a Feira do Livro de Sharjah que esteve de portas abertas entre 1 e 12 de novembro.

Com cerca de dois milhões de visitantes, 2200 expositores e a representação
de mais de 100 países, o certame deste ano acolheu uma exposição especial:
a exposição ‘Os Portugueses no Golfo’, promovida pelo CHSC, que contou a
história da presença portuguesa naquela região a partir de várias interações e
perspetivas históricas.
Organizada em sete núcleos, a exposição acolheu um conjunto de dezenas de
peças, entre manuscritos, livros raros, gravuras, mapas, instrumentos náuticos,
obras de arte plástica, objetos de uso quotidiano, alguns provenientes de
coleções existentes na Universidade de Coimbra ou propriedade da Faculdade
de Letras. Objetos que contam uma história e a partir dos quais é possível
aceder a uma visão descentralizada e complexa da presença dos portugueses
no Golfo. De acordo com José Pedro Paiva, coordenador científico do CHSC,
“a exposição recupera e produz uma interpretação cuidada das diversas
dimensões da presença portuguesa no Golfo, bem como dos múltiplos
encontros, desencontros, resistências e violência que ela gerou”.
Os Portugueses no Golfo 1507-1650. Uma História Interligada é o título do
magnífico catálogo trilingue – em Português, Árabe e Inglês –, disponível em
versão digital. Além da circunstanciada introdução da autoria de Roger Lee de Jesus,
investigador responsável pelo projeto, o catálogo acolhe textos de “alguns dos
maiores especialistas da História da presença portuguesa nesta zona do
mundo durante os séculos XVI e XVII” e oferece belíssimas fotografias das
peças expostas.
Para além do manifesto valor da presença da UC, da FLUC e do CHSC na Feira do
Livro de Sharjah, a receção “extraordinária e inesperada” da Exposição no
Golfo diz bem da qualidade da investigação em curso e permite “alargar as
pesquisas e a investigação a outros territórios para além dos Emirados Árabes
Unidos”, segundo José Pedro Paiva.
Governado pelo Xeque Mohamed Al Qasimi, Doutor Honoris Causa pela UC,
Sharjah é um dos Emirados Árabes Unidos, um “lugar de surpresas” (para 'roubar' a feliz expressão
de Francisco Sena Santos, jornalista da Antena 1), que se distingue pela dinâmica vida cultural e
pela promoção da arte, da cultura e do livro.

Comitiva da UC recebida pelo Xeque Al Qasimi

O investigador do Centro de História da Sociedade e da Cultura Roger Lee de Jesus

AS MARCAS DAS LETRAS

Tiago Estêvão Martins

30 anos de Jornalismo da FLUC, ouvimos Tiago Estêvão Martins

A FLUC celebra três décadas de Jornalismo na Universidade de Coimbra com reflexões sobre o passado, mas também sobre os desafios atuais que o Jornalismo enfrenta. O Magazine Vive as Letras! também se junta às comemorações, dando a conhecer as vozes das várias gerações de estudantes de Jornalismo formados e em formação na Universidade de Coimbra. Assim, na rubrica "Marcas das Letras" desta edição, apresentamos Tiago Estêvão Martins, deputado à Assembleia da República e docente da unidade curricular de Introdução à Comunicação Política.

Licenciado em Jornalismo e Comunicação pela FLUC, recorda que escolheu o curso como "resultado de uma visão romântica, talvez estoica, do papel e da coragem que são inerentes ao bom jornalismo, mas também do assumir de um papel ativo na construção do espaço público, da nossa vida coletiva." Deu continuidade aos estudos ao ingressar no 2.º ciclo, também em Jornalismo e Comunicação, seguindo o seu grande fascínio pelo estudo da narrativa e da linguagem: "No Mestrado acabei por poder usar as ferramentas dos Estudos Narrativos no meu trabalho sobre aquilo a que prosaicamente chamamos de construção da personagem política."

Sobre a aprendizagem na FLUC e a pertinência desta para o trabalho que hoje desenvolve, Tiago Martins refere os debates críticos e os enquadramentos teóricos como ferramentas perenes e muito versáteis que permitem um olhar mais apurado sobre o mundo, mesmo no dia a dia da atividade política. "A título de exemplo, é hoje muito importante pensar de forma integrada a arena política e entender a Teoria da Agenda, as teorias do Newsmaking ou mesmo as bases de Semiologia ou Estudos Narrativos. Não é como se sem estas teorias a realidade se tornasse opaca aos nossos olhos, mas certamente que, sem essas bases, apenas estaremos a entender de forma parcial e muito superficial o contexto em que nos movemos", resume.

Numa mensagem final aos leitores do Vive as Letras!, afirma estar "convicto de que há na Faculdade de Letras um espaço dificilmente repetível. A combinação entre História e abertura ao futuro, bem como a partilha e fruição de uma comunidade alicerçada em tantas áreas diferentes do saber criam condições muito interessantes para o desenvolvimento da identidade e singularidade académica quer de estudantes quer de investigadores."

PHOTOMATON

Vida da FLUC de outubro a dezembro de 2023

Tomada de posse do Diretor e do/as Subdiretor/as
Professores Eméritos da Faculdade de Letras, Carlos Reis e Fernando
Catroga
Novo/a Professor/a Agregado/a, Luís Umbelino e Ana Luís
Prémio Joaquim de Carvalho distingue obra de Ana Cristina
Araújo
Fundação Calouste Gulbenkian distingue estudantes da FLUC com a Bolsa Novos Talentos Científicos
100 anos de Eduardo Lourenço, Ciclo de Seminários
Congresso Internacional de Linguística Histórica homenageia Clarinda de Azevedo Maia
Comemoração do Centenário do nascimento de Walter de Medeiros
Seminário de homenagem a José Manuel Pereira de Oliveira
30 Anos do Curso de Jornalismo: Aula Magistral com Berta Maria Orosa
Apresentada a Farpa, revista literária do Mestrado em Escrita Criativa
Lançamento do n.º 41 - 2.ª série da Revista de História das Ideias
BIP - Blended Intensive Programme “Aprender Português através de
uma abordagem interdisciplinar”
Congresso Internacional Guerra Junqueiro - Memória de um Século
(1923-2023)
IV Congresso da Associação dos Arqueólogos Portugueses
Congresso Filosofia do Desporto
Encontro Internacional Música Analítica 2023: Interdisciplinary
Approaches to Musical Time
Colóquio Os 800 anos da morte do rei D. Afonso II (1223-2023)
Colóquio Luso-Brasileiro de Ética e Filosofia Política
Encontro Nacional de Críticos Literários
XIV Encontro de Italianística IC-100 Até às Cidades de Italo Calvino
Exposição Ditadura, Revolução, Democracia
Tradições de Natal | Encerramento do 1.º semestre do Curso Anual de
Língua e Cultura Portuguesas para Estrangeiros